terça-feira, 20 de junho de 2017

Sobre a domesticação : Creche para Cães "Ossos do Oficio"

Creche e Hotel para Cães "Ossos do Oficio"

SOBRE A DOMESTICAÇÃO

junho 15, 2017 7:29 pm Publicado por 

Resumo do artigo escrito por Lyudmila Trut e Lee Alan Dugatkin intitulado “Como construir um cachorro”, publicado na edição de junho de 2017 da revista Scientific American Brasil, disponível para venda nas bancas.
Era o ano de 1958 quando Lyudmila Trut conheceu seu mentor, Dmitri Belyaev, que estava selecionando alunos para um experimento de domesticação então prestes a se iniciar no Instituto de Citologia e Genética de Novosibirsky, na Sibéria. “Quero fazer um cão a partir de uma raposa”, dizia ele. A ideia era selecionar raposas que, geração após geração, interagissem de forma mais positiva com os humanos. Era a chance de ver diante de seus olhos um processo similar ao que ocorreu com os lobos quando se transformaram em cães, durante o processo de domesticação.
Liudimila Trut
A hipótese de Belyaev era simples: a característica determinante dos animais domesticados era a mansidão. Nesse sentido, no processo de domesticação, nossos antepassados favoreceram animais menos agressivos e menos temerosos em relação às pessoas. Belyaev acreditava, ainda, que características como caudas encaracoladas, orelhas caídas, padrão de pele malhada, a manutenção de características faciais juvenis (redondeza e um focinho reduzido – processo conhecido como neotenia) e menos dependência em relação à reprodução sazonal rígida foram subprodutos da seleção de animais mais mansos. Foi assim que, geração após geração e sob a orientação de Belyaev, Lyudmila criou raposas mais mansas selecionadas de fazendas para produção de pele na antiga União Soviética.
ELITES
Lyudmila diz que a equipe do projeto testava centenas de raposas todos os anos, seguindo um procedimento padrão criado pelo grupo. Classificava então as reações das raposas atribuindo notas mais altas aos indivíduos mais calmos.
“Nos primeiros anos, a grande maioria das raposas se parecia menos com cães do que com dragões cuspindo fogo: eram extremamente agressivas quando eu me aproximava ou colocava a vara dentro da jaula…”, relata a pesquisadora. Outras, também com notas baixas, na presença de humanos se recolhiam e ficavam no fundo de suas jaulas. Mas um número reduzido permanecia calmo durante o teste, apenas observando, sem reação. Esses eram selecionados para reprodução, com os devidos cuidados para evitar que a consanguinidade trouxesse consequências genéticas negativas para o experimento. Lyudmila mantinha registros detalhados de cada fase do desenvolvimento desses indivíduos.
Se as primeiras gerações das raposas calmas não mostraram atitudes sociáveis, a partir da 4ª ou 5ª geração os filhotes que mal sabiam caminhar passavam a abanar as caudas quando a pesquisadora se aproximava. Na 6ª geração veio o comportamento marcante, relatado pela autora em artigo publicado com colegas na revista Bioessays: “… na 6ª geração, surgiram filhotes que procuravam com avidez contato com seres humanos, não só com a cauda abanando, mas também se lamentando, choramingando e lambendo de forma semelhante ao cão”. Esses animais fizeram parte do grupo denominado “elite”. Eram raposinhas que olhavam quando ouviam seus nomes. Pareciam “ansiar por companhia humana”. Os filhotes domados respondiam a sons dois dias mais cedo e abriam os olhos um dia antes em relação às outras raposas.
As elites da 6ª geração compunham 2% do total de raposas. Hoje em dia, o total está em cerca de 70%.
TRANSPLANTES FETAIS
Geneticistas por formação, Belyaev e Lyudmila conduziram a investigação sob o ponto de vista da genética evolutiva. Desenvolveram então um teste envolvendo raposas mansas e raposas cuja seleção privilegiou a agressividade em relação a humanos. Transferiram embriões de mães mansas para o útero de mães agressivas e vice-versa. Se os recém-nascidos se comportassem como a mãe biológica, a mansidão e agressividade teriam origem fundamentalmente genéticas.
Lyudmila e a colega Tamara Kuzhutova registravam o comportamento dos filhotes tão logo começavam a interagir com humanos. Em um dos casos, uma fêmea agressiva teve filhotes agressivos e mansos na mesma ninhada. Os filhotes mansos corriam para a porta da gaiola abanando o rabo assim que viam um humano, comportamento que deixava a mãe irritada. Ela rosnava para os filhotes mansos, agarrava-os pelo pescoço e os jogava de volta ao ninho. Já os descendentes genéticos da mãe agressiva rosnavam para os humanos e corriam por conta própria até seus ninhos. A autora constatou, assim, que mansidão e agressividade em relação a humanos pareciam ter traços genéticos.
PUSHINKA
PUSHINKA
Em 1974 e na 15ª geração, as raposas mansas da elite já apresentavam traços como rostos aparentemente mais juvenis, caudas mais espessas, níveis de hormônio de estresse menores e seus ciclos reprodutivos duravam mais tempo.
Considerando que, dentre os animais domésticos, os cães são os únicos que desenvolvem relações estreitas com humanos, surgiu a dúvida se essa maior afinidade emocional poderia emergir de forma rápida com as raposas.
Foi então que Lyudmila propôs a Belyaev que usasse as raposas amansadas para examinar vínculos emocionais interespécies profundos, similares aos dos cães com humanos. Num experimento, Lyudmila mudou-se para uma pequena casa na fazenda onde realizavam as experiências e levou consigo algumas raposas da elite. Uma dessas raposas tinha o nome de Pushinka.
Pushinka estava prenhe e daria à luz em poucas semanas. A autora poderia observar, assim, não apenas como Pushinka se ajustaria a morar com ela, mas também se seus filhotes, nascidos em companhia humana, se socializariam de modo diferente até mesmo de outros filhotes da elite. Pushinka tinha liberdade para perambular por todos os cômodos da casa.
Os primeiros dias de Pushinka na casa foram muito agitados e instáveis, tendo perdido até seu apetite. Ela comeu somente quando Lyudmila lhe ofereceu um pedaço de queijo e maçã que havia preparado para si própria.
Para manter a vida familiar, a autora e outros colegas se revezavam na casa. Num certo dia, após retornar para seu turno, Lyudmila observou que Pushinka a esperava na porta, como um cão faz. Mas, a despeito dessa novidade, a raposa ainda apresentava muitas mudanças de humor. Ora ficava muito agitada, ora pulava para a cama e se enrolava perto da autora. Levou uma semana para Pushinka se acalmar.
A partir de então, Pushinka deitava aos seus pés enquanto ela trabalhava em frente à mesa. A raposa passou a fazer caminhadas com Lyudmila, brincar de esconder e achar petiscos no bolso. Às vezes, Pushinka se deitava de costas, de barriga exposta, para ser acariciada.
No dia 06 de abril de 1974 Pushinka deu à luz a seis filhotes. Para espanto da autora, a raposinha carregou um dos filhotes e colocou aos pés de Lyudmila. Quando essa levou o filhote de volta à toca, Pushinka o apresentou novamente. Ambas fizeram esse exercício várias vezes até que a mulher desistiu de levar o filhote de volta ao ninho.
Passadas algumas semanas, os filhotes circulavam pelos cômodos da casa. Todos corriam para fora da toca quando Lyudmila entrava no cômodo onde ficavam. Brincavam de jogar bola, os filhotes perseguiam a autora quando corria. Uma das filhotes, Penka, pulava nas suas costas quando a alcançava. Após alguns passeios mais desgastantes, a pesquisadora relatou em seu diário que os filhotes “dormiam, sem preocupações e sem medo”.
O crescimento da prole aproximou ainda mais Pushinka de Lyudmila, pois a raposa podia passar menos tempo vigiando os filhotes. Quando Lyudmila voltava após um tempo fora, a raposa mãe a esperava perto da porta, abanando o rabo. Então, em 15 de julho de 1974, veio outro acontecimento significativo: Pushinka descansava aos pés de Lyudmila quando ouviram passos do lado de fora da casa. Lyudmila não se importou, mas Pushinka sentiu perigo. Em vez de buscar proteção, a raposa correu em direção ao estranho e fez algo que a autora nunca havia visto ou veria novamente: Pushinka latiu, e o latido soou exatamente como o de um cão de guarda. Foi a primeira vez que ela agiu de forma agressiva e feroz em relação a qualquer pessoa.
Lyudmila verificou que se tratava do guarda da patrulha da noite. Começou a falar com o homem em voz calma. Pushinka, sentindo que estava tudo bem, parou de latir. Três meses e meio após se mudar para a casa, a raposa dava, portanto, por meio dos latidos, prova de sua lealdade, tal qual um cachorro.
A FUNDO NO DNA
 Instituto de Citologia e Genética de Novosibirsky, na Sibéria
Instituto de Citologia e Genética de Novosibirsky, na Sibéria
Quarenta e três gerações se seguiram. E a experiência com os descendentes de Pushinka e seus pares domesticados estão descritos no livro “Como amansar uma raposa (e construir um cão)”. Hoje as raposas domadas são mais afetuosas com humanos e se parecem cada vez mais com cachorros. Seguem olhares e gestos humanos, seus focinhos são mais redondos e apresentam membros mais curtos e mais corpulentos.
Nos últimos anos, Lyudmila e sua equipe sondaram o processo de domesticação ao nível do DNA. Boa parte das regiões cromossômicas das mudanças genéticas, associadas às características morfológicas e comportamentais das raposas domesticadas, foram mapeadas no cromossomo 12.
Ao compararem algumas sequências de DNA dessas raposas com o que se sabia sobre a genética de domesticação dos cães, Lyudmila, Anna Kukekova e seus colegas confirmaram muitas semelhanças entre os processos. A equipe conclui que, por meio da reprodução seletiva durante dezenas de gerações, conseguiram reproduzir, ao nível genético, a transformação de um canídeo selvagem em um animal de estimação.
Para além do âmbito da genética, outros estudos estão sendo realizados. Um deles compara as vocalizações de raposas domesticadas às de raposas agressivas. Lyudmila e Svetlana Gogoleva descobriram que a dinâmica acústica da vocalização emitida pelas raposas amansadas se assemelha a um riso humano. A autora conclui o artigo dizendo: “Não sabemos como ou por que as raposas mansas “riem”, mas é difícil imaginar uma forma mais agradável de uma espécie criar vínculos com outra”.
É isso pessoal!
Abraços
Ric

terça-feira, 13 de junho de 2017

A rapidez dos cães : Creche para Cães "Ossos do Oficio" - Creche e Hotel para cães

Creche e Hotel na Vila Mariana

A RAPIDEZ DOS CÃES

junho 13, 2017 11:19 am Publicado por 


A velocidade dos animais é fascinante. Ver um guepardo correndo, o mergulho no ar de um falcão peregrino ou mesmo a aerodinâmica do nado de um peixe espada nos remete à capacidade de superação do corpo humano. Quando criança, adorava analisar a corrida desses animais. Tentava imitá-los, correndo nos gramados da praça e simulando corridas imaginárias no asfalto da rua. Vez ou outra os superava, eles meus adversários. Admiráveis adversários!
No ar, um falcão peregrino alcança a incrível velocidade de 389 km/h, conforme cita Stanley Coren em seu livro “Os Cães Sonham”, Editora Paralela. Diz ainda que um agulhão-de-vela atinge 109 km/h no nado e um guepardo, o mais veloz animal terrestre, chega a 113 km/h quando perseguindo sua presa.
Apesar da rapidez, o guepardo consegue manter essa velocidade por pouco mais de duzentos metros. Um quarto de milha, cavalo mais veloz conhecido, atinge 76 km/h e aos oitocentos metros já perdeu o fôlego. O recorde de velocidade de um puro sangue foi estabelecido numa competição em Kentucky, quando percorreu a distância de 2,4 km a uma velocidade média de 61 km/h.
Os cães não ficam muito distantes. Resultante de cruzamentos com vistas a corridas de alta velocidade, o galgo inglês, cujo coração pode ir a 360 batidas por minuto, chega a 72 km/h nas seis primeiras passadas. Numa corrida de 100 metros rasos, cruzaria a linha de chegada em 5,33 segundos! Além de curtas distâncias, esse cão percorre onze quilômetros a uma velocidade média de 56 km/h. Marca muito superior à do melhor maratonista conhecido.
Ao avaliarmos as ultramaratonas caninas, cães de trenó são imbatíveis. Em condições climáticas extremas e puxando mais de cem quilos, registros apontam que esses impagáveis cachorros percorrem a distância de 112 km a uma velocidade média de 19 km/h. Incrível, não?!?!?!
Quem sabe, da próxima vez que passear com seu amigo na rua, você não se inspire e inicie alguma prática esportiva? Correr com seu cão, além de fazer bem para a saúde de ambos, estreita os laços e faz seu melhor amigo dormir mais tranquilo.
É isso pessoal! Abraços a todos
Ricardo – Ossos do Ofício – Creche e Hotel para Cães
11 9.4197-7799

sexta-feira, 12 de maio de 2017

Percepção corporal : Creche para Cães "Ossos do Oficio" - Creche e Hotel para cães

Aprendendo com os cachorros

PERCEPÇÃO CORPORAL




OU… O que podemos aprender com os cães
Olá pessoal, tudo bem? Hoje decidi escrever sobre um tema que envolve cães e seres humanos. Esse canal trata não apenas de cachorros, mas fundamentalmente da relação entre eles e nós. Numa sociedade interespécie, nada melhor do que tratarmos de um assunto sobre o qual, parece-me, se regredimos à pré-história, os animais ditos irracionais são pós-graduados. Então, por que não aprendermos com eles?
O mundo humano racional é caracterizado também pelos tipos de inteligência. Hoje virou moda falarmos de inteligência emocional, artificial, espiritual, sei lá mais o que “al”. Então decidi refletir sobre inteligência corporal. Claro, não quero entro no mérito das ciências absolutamente necessárias à saúde humana e animal, como a medicina e medicina veterinária, até porque não sou médico. Talvez, até em função dessas ciências, em vez de inteligência corporal, possamos usar o termo percepção corporal. Por percepção corporal, entenda-se a capacidade de perceber e agir sobre os sinais que o corpo físico nos dá.
É comum vermos pessoas debilitadas física e mentalmente. O dia a dia nos consome e desgasta. E percebemos esse desgaste quando ficamos doentes. Se vamos a um médico, ouvimos frequentemente sobre a importância dos exercícios. Além de aliviar o stress, os exercícios preparam e fortalecem o corpo. O próximo passo: matrícula em alguma academia de ginástica. Ou começar a correr, nadar, etc.
Começamos as atividades físicas. O corpo, carente uma vida de exercícios, lança substâncias que fazem bem. A disposição aumenta, ficamos empolgados e a mente pede mais exercícios. Além disso, gordurinhas começam a dar lugar aos músculos, acariciando nossa vaidade. Vaidade e mente se unem em torno de um objetivo comum: vou virar um esportista, quem sabe um atleta olímpico, aos que mais devaneiam? Essa obsessão dura, aproximadamente, um ou dois meses. Nosso organismo, estrutura biologicamente inteligentíssima, percebe a fadiga muscular e para de enviar substâncias que  incentivam a trabalhar a carcaça. Como resultado, o projeto Atleta Olímpico tem a duração aproximada de um vôo de galinha. Desmotivados, voltamos ao pastel com cerveja.
Mas o como os cães podem nos ajudar nesse sentido? Bem, não conheço nenhuma literatura a respeito da percepção corporal dos cães (se alguém conhecer, por favor se pronuncie. Seria bem bacana estudarmos mais sobre o assunto). Mas observando o dia a dia da nossa creche para cães, percebemos algumas coisas.
Primeiro: a experiência ajuda os cães a determinarem o limite das suas atividades físicas. Até um ano, mais ou menos, os pequenos correm demais. E, quando exageram, podem apresentar algum tipo de sintoma de fadiga. Quando adultos, os cães continuam brincando, mas respeitam os sinais que seu corpo lhes dá. Assim, brincam, param quando cansam, bebem água, dormem e voltam a brincar.
Segundo: os exercícios, ao menos aqui na nossa creche para cães, envolvem atividades lúdicas. Ao contrário de nós, seres humanos, que muitas vezes nos forçamos às atividades, os cães se exercitam brincando. Seja correndo atrás dos amigos, ou atrás de bolinhas ou brinquedinhos. As atividades se tornam mais leves e prazerosas.
Terceiro: os cães, assim como nós, também tem preguiça. Especialmente aqueles que ficam em casa e dividem a batata frita com os amigos humanos, sentados no sofá da sala. Mas quando começam alguma atividade, reconhecem seu limite. E param. Assim, se você decide passear com seu cachorro, respeite quando ele para. Vá com calma, ele não tem a vaidade de que precisa ficar em forma. Apenas sente os benefícios do passeio em volta do quarteirão.
E tem mais: não é porque você decidiu ser um atleta que seu amigo canino tem de acompanhar. Nesses casos, certamente seu cachorro pode te mostrar o limite, se você souber observar. Basta se perguntar por que ele vem te lamber quando você chega com o joelho inchado depois de uma corrida. Fico imaginando o que pensa um cachorro quando vê o tutor nesse estado: “Puxa, pra que ele corre tanto? Parece eu correndo atrás do rabo! E se ele quiser me levar junto? Melhor lamber seu rosto , dar um pouco de carinho. Quem sabe ele se acalma e me deixa dormir.”
É isso por hoje, pessoal!
Creche e Hotel para Cães "Ossos do Ofício"

Sem gaiolas nem baias, seu cão monitorado 24 horas por dia. www.ossosoficio.com.br
Rua: Doutor Lopes De Almeida, 68, Vila Mariana, Sao Paulo, SP, CEP 04120-070, Brasil
Telefone: (11) 5579-9060; (11) 9 4197-7799; (11) 9 9993-5197]

quarta-feira, 12 de abril de 2017

As principais doenças em cachorros. Dicas e cuidados | Creche e Hotel "Ossos do Ofício" Vila Mariana - SP


Escrito por Sara Bastos

Existem algumas doenças que afetam particularmente os cães. Como responsáveis pela sua saúde e bem-estar, convém estarmos a par destes problemas de saúde, atentos aos sintomas e alterações de comportamento, bem como às principais medidas de prevenção — melhor do que curar uma doença, é nunca chegar a tê-la. E infelizmente há doenças sem cura.

Recordamos que deve consultar sempre o seu veterinário assistente caso note que o seu cão apresenta algum destes (ou outros) sintomas, bem como para esclarecer qualquer dúvida acerca da saúde do seu animal de estimação.
A detecção precoce de determinadas doenças pode ser fundamental para um tratamento eficaz. Além disso, várias destas doenças podem ser prevenidas através de vacinação adequada, pelo que o acompanhamento regular com o veterinário é indispensável para manter o seu animal com boa saúde.

Lembrando que na Creche e Hotel "Ossos do Ofício" na Vila Mariana, em São Paulo, os cães só entram em contato com os demais amiguinhos só depois de confirmada a total vacinação e demais cuidados. O ambiente de liberdade e diversão (Conheça nossa Creche/Hotel por dentro) é sempre mantido em nossa casa, o que faz a diferença entre os muitos serviços oferecidos na grande São Paulo.
  • Leishmaniose
  • Cinomose / Esgana
  • Sarna
  • Leptospirose
  • Giardíase
  • Cistite
  • Obesidade
  • Diabetes
  • Otite
  • Parvovirose
  • Displasia da anca
  • Raiva
  • Coronavirose
  • Dermatofitose
  • Berne
  • Dirofilariose
  • Insuficiência renal
  • Tosse dos canis
  • Hepatite infecciosa canina
  • Babesiose / Piroplasmose
  • Doença de Lyme
Leishmaniose

A leishmaniose canina, também conhecida como calazar, é uma doença causada por um parasita do gênero Leishmania, transmitido aos cães através da picada de mosquitos. Este parasita infiltra-se na medula óssea e em órgãos como o baço, o fígado e a pele.

Após o cão ser infetado, o período de incubação pode variar de apenas um mês até dois anos. Os primeiros sintomas verificam-se na pele, através da perda de pelo, descamação da pele e aparecimento de úlceras.

À medida que a doença evolui, o cão pode sofrer de emagrecimento, vómitos, perda de apetite, atrofia muscular, anemia, hemorragias nasais e alterações nos órgãos internos, em particular no fígado e nos rins.

Infelizmente a leishmaniose é uma doença de carácter crônico e os tratamentos disponíveis nem sempre são eficazes. É necessário haver um controle veterinário permanente e um continuo ajuste dos tratamentos, de forma a proporcionar ao animal a melhor qualidade de vida possível.

A melhor forma de prevenir a leishmaniose é através do uso regular de coleiras, pulverizadores e pipetas inseticidas que impedem a picada dos mosquitos. Alguns produtos utilizados na eliminação das pulgas também protegem contra estes mosquitos.

É de evitar passeios em zonas úmidas, próximas de charcos e lagos, em especial ao amanhecer e ao entardecer, pois são os períodos em que os insetos estão mais ativos.

Note ainda que a leishmaniose não é uma doença exclusiva dos cães, e pode ser transmitida a humanos através das picadas dos mesmos insetos. Geralmente uma pessoa com um sistema imunitário normal corre um risco pequeno de contrair a doença, sendo necessário um maior cuidado com imunodeprimidos. No caso da leishmaniose humana, as perspetivas de cura são muito boas, acima dos 95%.

Cinomose / Esgana

A cinomose, também conhecida como esgana ou doença de Carré, é uma doença provocada pelo vírus CDV (Canine Distemper Vírus) e uma das mais graves doenças infeciosas que podem afetar os cães — apenas a raiva possui uma taxa de mortalidade superior.
Os cães mais suscetíveis a serem infetados são os mais jovens (até um ano de vida) e adultos que por algum motivo não tenham sido vacinados, ou sejam imunodeprimidos.

O vírus da cinomose é capaz de afetar todo o organismo do animal, em especial os pulmões, o trato intestinal e o sistema nervoso. Os primeiros sintomas costumam ser respiratórios, com o aparecimento de secreções nasais purulentas, dificuldade em respirar e até pneumonias. Nos olhos, também aparecem secreções purulentas, as conhecidas remelas, em quantidade excessiva.

Outros sintomas incluem perda de apetite, vômitos, diarreia, febre e nos casos mais graves, alterações no sistema nervoso, como convulsões, ataques epiléticos, fraqueza dos membros, paralisias e perda de coordenação.
A cinomose é particularmente grave se o cão já tiver um sistema imunológico debilitado, pois além da disseminação do vírus ser mais rápida, o animal pode sofrer simultaneamente de infeções secundárias, causadas por bactérias oportunistas que aproveitam a incapacidade do organismo em se defender.

Infelizmente, tal como na leishmaniose, a cinomose não tem cura. Os tratamentos disponíveis visam o controle dos sintomas e o combate a infeções secundárias, para que o animal possa ter alguma qualidade de vida.
A prevenção da cinomose é conseguida através da vacinação. Sendo uma doença altamente contagiosa entre cães, recomenda-se que os cães mais jovens não sejam levados a passear na rua até que tomem a respetiva vacinação.

Sarna

A sarna é uma doença provocada por ácaros nocivos, que danificam de diferentes formas a pele dos cães.
Existem três tipos de sarna, cada um provocado por um determinado tipo de ácaros, cada um deles com as suas características e diferentes formas de atacar os animais.
É muito importante que não se aplique medicação por iniciativa própria, uma vez que cada tipo de sarna tem o seu modo de atuação e o seu respetivo tratamento. Deve ser sempre o veterinário a fazer o diagnóstico e então recomendar o tratamento mais adequado.

Conheça melhor cada tipo de sarna:

1. Sarna sarcóptica ou escabiose

Este tipo de sarna é causada pelo ácaro da espécie Sarcoptes scabiei. Estes ácaros provocam grande comichão nos cães, que ao tentarem aliviar-se coçam-se, lambem-se e até se mordem.

Altamente contagiosa, transmite-se por contacto direto para com outros cães, mas também para gatos (onde se denomina sarna notoédrica), ratos ou seres humanos.

É possível identificar um animal infetado através da pele avermelhada, queda de pelo, crostas, escoriações e borbulhas.

O tratamento desta sarna é geralmente tópico (medicação aplicada localmente) e inclui banhos com produtos especiais. Em certos casos pode ser necessária medicação oral ou mesmo injetável.

Tanto o cão como os seus pertences (cama, mantas, brinquedos, etc) devem ser isolados de outros animais até ao tratamento estar completo. Os pertences devem ser agressivamente higienizados, para que os ácaros não voltem a infecionar o animal.

2. Sarna otodécica

Este tipo de sarna é também conhecida como sarna de ouvido, pois é essa a região do corpo do animal que afeta. O agente responsável é o ácaro Otodectes cynotis.

Os cães ficam com grande comichão nas orelhas, e podem provocar feridas devido à intensidade com que se coçam. Pode também surgir uma acumulação exagerada de cera dentro do ouvido do cão, que por sua vez pode evoluir para um quadro de otite.

O tratamento geralmente consiste em medicação aplicada nos ouvidos em forma de gotas e em banhos especiais. A sarna otodécica é transmissível entre cães e gatos, pelo que os animais infetados devem ser mantidos em isolamento.

3. Sarna demodécica

A sarna demodécica, conhecida popularmente como sarna negra, é causada pelo ácaro Demodex canis.

Este tipo de sarna é bastante diferente das anteriores. Ao contrário dos outros ácaros, este ácaro já vive habitualmente na pele dos cães e é inofensivo em cães saudáveis. Porém, existem cães com predisposição genética a ser afetados por estes ácaros, através de problemas imunológicos.

Quando o sistema imunológico do animal não funciona corretamente, estes ácaros começam a reproduzir-se descontroladamente e tornam-se então nocivos. Ou seja, esta sarna não é uma doença contagiosa, porque o ácaro já se encontra em todos os cães, e só são afetados os que tiverem os tais problemas de imunidade.

A sarna negra não provoca comichão, como os outros tipos de sarna, mas sim ferimentos que se podem tornar graves, com secreções e odor intenso. A situação fica mais complicada se uma infeção secundária se aproveitar da situação do animal. Por exemplo, a bactéria Staphylococcus aureus é oportunista e quando encontra feridas abertas, coloniza-as e eventualmente infecta-as.

Como esta sarna parte de predisposição genética, é aconselhado a que o animal infetado nunca se reproduza, evitando assim a propagação da doença geneticamente para os seus filhotes. Este tipo de sarna não tem cura, embora existam tratamentos para a manter controlável, que incluem medicação tópica e banhos.

Leptospirose

A leptospirose é uma doença provocada por bactérias do gênero Leptospira, que afeta diversos mamíferos incluindo seres humanos.

A bactéria desenvolve-se nos rins do animal infetado. Quando este urina, a bactéria é libertada viva para o ambiente, onde consegue sobreviver por vários meses caso encontre as condições ideais: épocas chuvosas e águas paradas. A chuva arrasta a urina até fontes de águas paradas, que ficam assim infetadas.
Um cão pode apanhar leptospirose apenas por cheirar a urina de um animal infetado, aumentando as hipóteses de contaminação se beber ou brincar em água contaminada. A bactéria também consegue entrar no organismo através de feridas abertas, ou através da simples mordida num alimento que tenha estado em contacto com a bactéria.

Cerca de 4 a 11 dias após a contaminação, começam a surgir os primeiros sintomas no cão. À medida que a bactéria vai invadindo os diversos órgãos do organismo, começa por surgir a febre, perda de apetite, letargia, hemorragias e hematomas (manchas vermelhas ou roxas na pele).

A pigmentação da pele é afetada, podendo surgir uma coloração amarelada e icterícia. Num estágio mais avançado, podem aparecer úlceras na boca e na língua, vómitos e diarreia.

Sendo uma doença bacteriana, a leptospirose é tratada com antibióticos. Nos casos mais graves, sobretudo quando já se verifica disfunção hepática ou insuficiência renal, são necessários outros tipos de tratamento de suporte.
A prevenção desta doença consegue-se através de uma cuidada limpeza dos jardins e/ou quintais que a casa possua, bem como a certificação de que não existem roedores por perto, pois são um dos principais transmissores da leptospirose através da urina. Deve-se também limitar o acesso do cão a áreas de maior risco, como água parada, potencialmente contaminada.

Giardíase

A giardíase é uma doença causada por parasitas do gênero Giardia, que invadem o sistema digestivo do animal e se alimentam dos nutrientes que este ingere. A giardíase também afeta gatos e seres humanos.

A transmissão deste parasita é feita através de cistos, que chegam ao meio ambiente através das fezes de outros animais previamente infetados. Mesmo após a remoção das fezes, os cistos são capazes de sobreviver durante meses.
Para o cão ser infetado, basta pisar os cistos na rua e posteriormente ingeri-los ao lamber as patas. A ingestão de água ou alimentos contaminados também dá origem à infeção. Uma vez dentro do organismo, os cistos desenvolvem-se nos parasitas adultos.

Como a Giardia absorve os nutrientes da alimentação do animal, o cão começa a perder peso e a desidratar, aos quais são associados sintomas como as dores abdominais, a diarreia e os vómitos, que ainda enfraquecem mais o animal.
O tratamento da giardíase é feito com medicamentos anti-parasitários que eliminam com sucesso o parasita do organismo.

Para prevenir a contaminação da Giardia, recomendam-se as técnicas de higiene normais de prevenção de doenças, tais como a correta higienização das mãos e dos alimentos antes das refeições, bem como a limpeza frequente de todos os espaços onde possa existir transmissão fecal-oral. Existe vacinação contra a Giardia.

Cistite

A cistite é uma doença causada por bactérias, que afetam o trato urinário dos cães, em particular a bexiga. Por esse motivo é frequentemente chamada apenas de infeção urinária.

Os cães mais vulneráveis são os idosos, fêmeas adultas após o cio e animais que tenham o seu sistema imunológico comprometido. A infeção urinária pode desenvolver-se através do simples contacto do animal com o solo (infetado) quando está a urinar.

Também pode ocorrer cistite na forma de inflamação e não infeção. Doenças como a diabetes, tumores, cálculos renais ou fungos podem estar na sua origem, assim como certos medicamentos que o animal esteja a tomar e até produtos químicos colocados no ambiente.

Um cão com cistite geralmente começa a urinar com maior frequência, e a sua urina é acompanhada de um odor forte, que pode também conter sangue. O ato de urinar começa a tornar-se desconfortável para o animal, porque lhe causa dores, o que será bastante percetível ao dono.

Pode também ocorrer febre, fraqueza, falta de apetite e o animal adotar um comportamento mais abatido devido ao desconforto. O tratamento da cistite, sendo uma doença bacteriana, costuma ser feito através de antibióticos. Outras doenças que possam estar na origem da cistite, como tumores ou cálculos renais, naturalmente necessitam de outro tipo de tratamentos.

Obesidade

Obesidade é algo que todos nós sabemos o que significa. É uma das maiores preocupações da sociedade moderna ao nível da saúde, geralmente resultado de alimentação e estilos de vida desadequados, embora também possa ser provocada por outras doenças (como hipotiroidismo).

A obesidade, ou excesso de peso, ocorre quando a energia consumida através dos alimentos é superior às necessidades do organismo. Os donos devem controlar a alimentação dos seus animais, consoante aquilo que estes necessitam. Por exemplo, um cão com muita atividade física necessita de mais energia do que um cão que faz pouco exercício.

Geralmente deteta-se a obesidade através da silhueta do animal:
  • Peso ideal: costelas palpáveis mas não visíveis;
  • Excesso de peso: costelas dificilmente palpáveis;
  • Obesidade: costelas não palpáveis.
Infelizmente a obesidade está longe de ser um problema estético, daí a necessidade de ser tratada logo a partir dos primeiros sinais. O excesso de peso pode provocar problemas cardiorrespiratórios, artrite, rotura de ligamentos, diabetes (e consequente cegueira) e diminui a esperança de vida do cão.
Para tratar a obesidade canina, devem ter-se em conta dois grandes fatores: em primeiro lugar, o ajuste da alimentação, e em segundo, uma alteração dos hábitos diários.

Em termos de alimentação, existem rações especificamente formuladas para a perda de peso. O médico veterinário recomendará a ração mais ajustada e indicará as dosagens corretas, que devem ser rigorosamente respeitadas pelo dono.

Quanto aos hábitos diários, deve introduzir-se mais atividade física que permita gastar mais energia. Por exemplo, passeios mais prolongados, jogos e brincadeiras, além de permitirem gastar calorias, ainda estimulam a relação dono-animal.

Mesmo seguindo um programa de perda de peso à risca, os efeitos não são imediatos, tal como acontece connosco. São necessários vários meses até que o cão volte ao seu peso ideal.

Diabetes

A diabetes mellitus é uma doença comum em cães, que ocorre quando o organismo do cão não consegue produzir uma quantidade suficiente de insulina (uma hormona produzida pelo pâncreas), ou não a consegue processar corretamente.

Sem a insulina, a glucose (um tipo de açúcar) que é absorvida no aparelho digestivo quando o animal se alimenta, não consegue entrar para o interior das células do organismo para ser utilizada como fonte de energia, como é suposto.
Em vez disso, a glucose começa a acumular-se na corrente sanguínea. Quando os níveis de açúcar no sangue são muito elevados, ocorre um fenômeno chamado cetoacidose diabética, que leva o animal a ter vômitos, grande fraqueza e uma letargia grave. A cetoacidose é uma emergência médica e deve ser tratada o mais rápido possível.

Um cão com diabetes parece ter sempre fome, e ao mesmo tempo pode apresentar sinais de desnutrição, pois a glucose não consegue ser absorvida pelas células. Pode também ter mais sede e urinar mais. Alguns cães com diabetes podem tornar-se obesos e começarem a cegar devido a cataratas.
A diabetes é uma doença que não tem cura, mas pode ser perfeitamente controlada através da administração de insulina, uma dieta alimentar apropriada e algum exercício físico.

A quantidade de insulina necessária varia consoante o estilo de vida do cão, pelo que quando se atinge a dose ideal de insulina, o cão deve manter quer a atividade diária (exercício), quer a sua alimentação, em dosagens muito regulares e repetidas dia após dia. É um tratamento para toda a vida, pelo que exige compromisso por parte dos donos.

Otite

A otite canina é uma inflamação do conduto auditivo, que se torna bastante desconfortável para o animal. Geralmente é fácil de identificar quando um cão está com otite, precisamente pelos sinais de desconforto que este apresenta. O animal começa a coçar demasiado as orelhas e a sacudir a cabeça com frequência, chegando a gemer quando o faz.

O ouvido começa a apresentar uma quantidade excessiva de cera e também um odor intenso. As dores, por vezes intensas, afetam o comportamento habitual do cão, que pode perder o apetite e começar a andar com a cabeça inclinada para um dos lados.

Caso a otite seja apenas inflamatória, a aplicação de medicamentos e limpeza no ouvido pode ser suficiente para tratar o problema. Se já tiver evoluído para uma otite bacteriana, ou seja, com infeção, é necessária a utilização de antibiótico.

Para prevenir o aparecimento de otites, deve-se manter os ouvidos do cão limpos, por exemplo com uma limpeza semanal. Tendo em conta que as bactérias e os fungos se desenvolvem melhor em ambientes húmidos, deve-se também proteger o cão durante o banho. A utilização de tampões em algodão durante o banho e enxugar bem as orelhas para não ficarem molhadas são excelentes medidas preventivas.

Parvovirose

A parvovirose é uma doença provocada por um vírus da família Parvoviridae, de atuação muito rápida e aguda especialmente perigosa para os cães mais jovens. É uma doença conhecida há relativamente pouco tempo, com os primeiros casos a terem sido reportados na Austrália em 1978.

Geralmente os cães contraem esta doença através do solo contaminado. Como o vírus se desenvolve no trato intestinal dos cães infetados, é libertado em grandes quantidades nas fezes, que por sua vez vão para os solos. Trata-se de um vírus muito resistente, capaz de sobreviver durante meses no solo até infetar o próximo animal.

Cerca de 4 a 14 dias após a infeção, o animal começa a ter febre e a perder o apetite. Um ou dois dias depois, chegam os vômitos e a diarreia, que contém progressivamente mais sangue de cada vez que o animal defeca. Os sintomas progridem muito rapidamente e a taxa de mortalidade é elevada.
O tratamento da parvovirose é sintomático, uma vez que não existe nenhum medicamento capaz de combater diretamente o vírus. A desidratação que a diarreia provoca é tratada com fluídos intravenosos (soro) e medicação adicional para diminuir os vómitos.

Uma vez que o vírus enfraquece a barreira intestinal, as bactérias normais do intestino começam a passar para a corrente sanguínea, o que pode provocar septicemia, que tem de ser tratada com antibióticos.

O sucesso no combate à parvovirose depende essencialmente do sistema imunitário do cão. Por esse motivo os cães mais jovens, com um sistema imunitário mais frágil, são as principais vítimas deste vírus.

A principal forma de prevenir esta doença é através da vacinação. Para proteger os filhotes durante os primeiros meses, geralmente é feito um reforço de vacinação ás cadelas grávidas. Recomenda-se que os cães não sejam levados a passear ou colocados em ambientes propícios de ser contaminados, até serem devidamente vacinados.

Displasia da anca

A displasia da anca, ou displasia coxofemoral, é a doença ortopédica hereditária mais comum nos cães.

Trata-se de uma má formação na articulação coxofemoral, ou seja, o local onde a pata traseira se encaixa na cintura pélvica, o que leva o animal a sentir dificuldades em caminhar, a começar a coxear e a sentir dores quando se desloca. O cão começa a evitar situações rotineiras como subir escadas, saltar, correr ou sequer levantar-se.

Em casos mais graves, o cão pode começar a tentar deslocar-se sem mover as patas traseiras, arrastando-se, levando a uma desproporção no desenvolvimento dos seus músculos, que ficarão mais desenvolvidos nas patas dianteiras e mais atrofiados nas patas traseiras.
Os primeiros sinais da displasia costumam surgir nos cães ainda jovens, entre os quatro e os sete meses de idade. São mais suscetíveis os cães de crescimento muito rápido, que ganham rapidamente peso e as raças de porte grande e gigante.

O tratamento da displasia da anca geralmente é mais agressivo nos cães jovens, para evitar complicações no futuro, e pode incluir cirurgia. Em cães que já ultrapassaram a fase de crescimento é procurado o tratamento que dê melhor conforto ao animal, o que pode incluir medicação para aliviar as dores (analgésicos), anti-inflamatórios e exercícios de fisioterapia. O tratamento pode incluir cirurgia para colocação de uma prótese.

Sendo uma doença hereditária, os cães que sofrem de displasia coxofemoral não devem ser reproduzidos, para não passar o problema aos seus filhotes.

Raiva

A raiva é uma das doenças mais conhecidas e temidas pelas pessoas, que atinge não apenas os cães como todos os mamíferos, particularmente raposas, furões, coiotes, guaxinins, morcegos, doninhas e seres humanos.

Apesar de ser uma doença erradicada em vários países, é incurável e tem um prognóstico muito grave, que na esmagadora maioria dos casos se revela fatal. Aliás, é a doença com a mais elevada taxa de mortalidade nos cães.
A raiva é uma doença provocada por um vírus da família Rhabdoviridae, que atinge o sistema nervoso. O principal método de transmissão é através da saliva, pelo que um animal pode ser infetado através de uma mordedura, arranhão ou lambidela.

Afetando o sistema nervoso, a raiva provoca uma alteração profunda no comportamento do animal. Os cães ficam extremamente agitados, com espasmos intensos nos músculos, não respondem aos donos e procuram locais escuros e escondidos para ficar.

Em poucos dias, evolui para um quadro de agressividade, com muita salivação, o animal deixa de comer e de beber, até chegar a um estado paralisia que leva o animal à morte.

Em alguns casos, os cães não ficam agitados mas sim depressivos e sonolentos (a chamada raiva muda). A prevenção da raiva é feita através do programa de vacinação, tanto nos animais como em humanos.

Em vários países a raiva está erradicada graças ao controlo sistemático das entradas dos animais, que passa por uma eventual quarentena na altura de entrada no país e também pela exibição de atestados de saúde e vacinação. Em Portugal, apesar de estar erradicada desde 1960, uma mulher morreu com raiva em 2011.

Coronavirose

Tal como o nome indica, trata-se de uma doença provocada por um vírus do género Coronavirus. Este vírus, altamente contagioso, desenvolve-se no interior do intestino dos cães e transmite-se assim através de fezes infetadas. É também conhecida como Gastroenterite Contagiosa dos Cães.
A infeção provocada por Coronavirus não é considerada grave, e geralmente provoca apenas vómitos e diarreia durante alguns dias até ao animal recuperar, sem necessidade de tomar medicação.

No entanto, animais com sistema imunitário mais frágil (como bebés) estão em maior risco de desenvolver complicações graves, como inflamação no intestino, diarreia prolongada e desidratação.

O facto de a coronavirose poder passar sem tratamento específico não implica que se deva deixar de ir ao veterinário quando os sintomas aparecem — até porque os sintomas são semelhantes ao da parvovirose, que é mais grave. Pode-se pensar que é uma coisa, e é outra. Tem de ser o veterinário a diagnosticar, atempadamente, para evitar complicações maiores.

A coronavirose também se pode tornar particularmente perigosa se o animal for infetado simultaneamente com outros agentes que afetam o sistema intestinal. Mais uma vez, a parvovirose pode estar envolvida.

Tal como acontece noutras doenças provocadas por vírus, não existe nenhum medicamento que atue diretamente sobre o Coronavirus. O tratamento é assim dirigido a aliviar os sintomas do animal, como o combate à desidratação através da administração de fluídos (soro) e medicação que ajude a evitar os vómitos e a diarreia.
Esta doença pode ser prevenida através da vacinação.

Dermatofitose

A dermatofitose é uma doença de pele provocada por fungos. Geralmente não é considerada uma doença grave em cães saudáveis, com o sistema imunitário normal, uma vez que este é capaz de combater os fungos.

Em cães com sistema imunitário mais frágil, como os mais novos, mais velhos ou que tenham outra doença a interferir, é necessário ter outro tipo de cuidados, pois pode chegar a evoluir para um quadro clínico grave e mesmo crónico.
A transmissão da dermatofitose dá-se através do contacto direto com o pelo de outros animais infetados. O fungo infeta diversos mamíferos, incluindo gatos e nós próprios.

A dermatofitose é facilmente identificada no corpo do animal, pois provoca lesões redondas com peladas, com maior incidência na face e nas patas dianteiras. Em casos mais graves, o cão coça-se muito e fica com dores nos locais afetados.

O tratamento desta doença é um pouco demorado. Inicialmente, é necessário fazer uma biopsia no tecido infetado para se conseguir identificar a espécie de fungo que causou a dermatofitose. Depois de identificado, o veterinário prescreve os antifúngicos mais adequados e o tratamento poderá demorar dois meses.

Caso surjam infeções secundárias, poderão ser necessários antibióticos.
Uma boa alimentação e uma boa secagem do pelo do cão após cada banho ou molha, ajuda a prevenir o aparecimento desta doença.

Berne

A berne é uma doença provocada por parasitas, mais concretamente larvas de mosca varejeira, pelo que muitas pessoas a consideram uma doença nojenta.
Explicando de forma simples, a mosca varejeira precisa obrigatoriamente de um hospedeiro quando se encontra na fase larvar. Então, as moscas adultas depositam os seus ovos no corpo de mamíferos, neste caso os cães, que ao eclodirem causam no hospedeiro uma miíase — infeção parasitária devida à infestação dos tecidos ou cavidades do corpo por larvas de insetos.
Algumas espécies depositam em cada lesão da pele uma única larva esbranquiçada conhecida por berne, enquanto outras espécies depositam vários ovos, ocasionando inúmeras larvas na lesão, a que se chama bicheira.

No caso da berne, a mosca varejeira não deposita os ovos diretamente no cão — fá-lo com outro inseto, que captura e é este que se dirige ao corpo do animal que vai servir de hospedeiro.
O animal infetado com berne deve ser avaliado por um médico veterinário, que indicará o medicamento mais adequado. O medicamento é geralmente colocado sobre os pequenos buracos da pele onde se encontram os parasitas, matando as larvas por asfixia.

Depois de mortas, as larvas devem ser retiradas, espremendo os locais onde se alojam. A melhor forma de prevenir a berne é através da higiene do local onde o animal vive, para que não surja acumulação de moscas que possam transmitir o parasita. O pêlo do cão deve ser escovado e verificado regularmente, os banhos devem ser mantidos em dia e deve-se estar sempre atento a comichões anormais que o animal tenha.

Existem coleiras e produtos repelentes, como a citronela, que ajudam a manter os insetos longe dos animais. Existem ainda medicamentos que podem impedir as larvas de entrar e se alojar na pele do animal, mas devem ser sempre receitados pelo médico veterinário.

Dirofilariose

A dirofilariose é uma doença parasitária que afeta o coração dos cães e também dos gatos. É também conhecida como “o parasita do coração” ou “a lombriga do coração”. O parasita é um nemátodo chamado Dirofilaria immitis.

Os animais são infetados através da picada de um mosquito, tal como acontece na leishmaniose. Quando o mosquito pica, insere no corpo do cão as larvas deste parasita. Estas larvas são tão pequenas que se denominam por microfilárias. Elas conseguem, através da pele e dos músculos, chegar à corrente sanguínea e navegam pelos vasos sanguíneos até chegar ao coração.
Uma vez que lá chegam, alojam-se no ventrículo direito, na artéria pulmonar e na veia cava, onde as larvas continuam o seu desenvolvimento até se tornarem no parasita adulto. Este processo pode levar cerca de 6 meses, e as Dirofilarias adultas podem chegar a medir 35 centímetros cada uma.
Quando se alojam em grandes quantidades, a função cardíaca do animal é substancialmente reduzida, provocam problemas respiratórios, tosse crônica e um cansaço permanente.

O cão começa a perder peso e a tolerar menos o exercício físico. Com o agravar da situação, o cão começa a sentir dificuldades em respirar, surge a febre e pode ocorrer ascite — acumulação de líquidos no abdômen. Sem tratamento, é uma doença que se pode revelar fatal.

Felizmente, é uma doença curável, embora o seu tratamento seja demorado e tenha efeitos secundários complicados, pelo que o acompanhamento próximo do médico veterinário é essencial.

Mesmo após os parasitas morrerem, por efeito da medicação, estes podem continuar a causar problemas, como bloquear vasos sanguíneos e levar à formação de tromboses. Tal como acontece com a leishmaniose, a melhor forma de prevenção da dirofilariose é evitar que os mosquitos cheguem a picar o animal, através de coleiras e produtos especializados.

Existem também tratamentos preventivos, em forma de comprimidos ou injeções, que visam eliminar as microfilárias que tenham eventualmente entrado no organismo, evitando que cheguem a desenvolver-se no parasita adulto.

Insuficiência renal

A insuficiência renal é uma doença relativamente comum tanto em cães como em gatos, sobretudo numa idade mais avançada ou associada a outras doenças (infeções, doenças auto-imunes, cancro, entre outros).

Essencialmente, os rins deixam de funcionar corretamente. Os sintomas mais típicos são o aumento do consumo de água, o aumento ou diminuição da urina, presença de sangue na urina, perda de peso, diminuição do apetite, vômitos ou diarreia.

Como os rins deixam de fazer a filtragem correta do sangue, existe uma acumulação de substâncias tóxicas na corrente sanguínea e pode haver retenção de líquidos no corpo, provocando inchaços nos membros e ascite (acumulação de líquidos no abdômen).

O tratamento da doença renal depende desta ser uma situação aguda (aparece de repente) ou crônica (desenvolve-se lentamente e torna-se irreversível).
No caso da insuficiência renal aguda, que pode ser desencadeada por outro problema de saúde como infeções, parasitas ou exposição a toxinas, o tratamento é dirigido a essa causa. Podem ser administrados fluídos e diuréticos para regularizar a produção de urina.

Para a insuficiência renal crónica, geralmente aplica-se um tratamento sintomático e de suporte. É importante que os níveis de fluídos no organismo do animal sejam mantidos estáveis, para evitar a desidratação.

Numa fase inicial, um maior consumo de água (a que o animal deve ter sempre acesso) poderá ser suficiente. Mais tarde, a administração de fluídos de forma subcutânea ou intravenosa pode ser necessária. Os animais com doença renal devem ser alimentados com rações especialmente formuladas para essa doença. O veterinário indicará a ração mais apropriada consoante a situação.

Tosse dos canis

A tosse dos canis, mais corretamente chamada de traqueobronquite infecciosa canina, é uma doença respiratória relativamente comum nos cães.
Na sua base não está apenas um microrganismo, mas vários, em particular os vírus Parainfluenza canina, Influenza canina e Adenovírus canino tipo 2, bem como a bactéria Bordetella bronchiseptica, esta última capaz de infetar também seres humanos.

Sendo uma doença transmitida por contacto direto, tem uma grande capacidade de propagação em sítios onde são mantidos muitos animais juntos, como associações e canis (daí a origem do nome).
Os animais infetados sofrem de tosse seca constante e espirros, que por vezes são desencadeados em sessões que parecem intermináveis. Em casos mais graves, podem surgir sintomas como febre, perda de apetite, secreções nos olhos ou tosse com catarro. A doença pode chegar a evoluir para uma pneumonia. Cães mais jovens e mais idosos são os que correm maior risco.

Para o tratamento da tosse dos canis, o médico veterinário poderá prescrever medicação antibiótica, anti-inflamatória e antitússica / antitussígena. Caso o animal fique desidratado, pode ser necessária a administração de fluídos e inalações. Durante o tratamento, os cães devem ficar em repouso.

O melhor método de prevenção desta doença é a vacinação, que deve ser dada aos cães ainda bebés (a partir dos dois meses) juntamente com as restantes vacinas preventivas. Caso o animal ainda não tenha sido vacinado, não deve ser exposto a ambientes onde possa ser contaminado, como canis, hotéis para animais ou lojas de animais.

Hepatite infecciosa canina

A hepatite infecciosa canina (HIC), também conhecida como hepatite viral canina ou doença de Rubarth, é uma doença vírica provocada pelo Adenovírus canino tipo 1.

É uma doença altamente contagiosa, uma vez que o vírus se aloja em todos os tecidos e é eliminado em todo o tipo de secreções. Assim, pode ser transmitido quer pelo contacto direto, como pelo contacto com secreções ou objetos utilizados por outros animais infetados.

Os sintomas desta doença podem ser muito variados. O vírus atinge principalmente os rins, fígado, baço e pulmões dos cães, mas pode prejudicar inclusive o sistema nervoso central, sendo frequentemente confundida com a cinomose. Podem surgir vómitos, febre, diarreia, apatia, icterícia (mucosas amareladas) falta de apetite e muita sede.

Uma vez que o vírus afeta a capacidade de coagulação do sangue, também podem surgir hemorragias. Caso afete o sistema nervoso, podem ainda surgir complicações como depressão, desorientação ou convulsões.

Tratando-se de uma doença vírica, a hepatite infeciosa canina não tem cura específica. O tratamento é sintomático e visa melhorar a qualidade de vida do animal, mantendo o organismo equilibrado em termos de hidratação, vitaminas ou regeneração hepática. Podem ser prescritos antibióticos caso surja uma infeção secundária ou transfusões de sangue se as hemorragias forem significativas.

A prevenção desta doença é feita através da vacinação, que se revela bastante eficaz. Deve-se evitar o contacto com outros animais que apresentem algum tipo de sintoma para evitar o contágio.

Babesiose / Piroplasmose

A babesiose, também conhecida como piroplasmose ou doença do carrapato, é uma doença provocada por um organismo protozoário chamado Babesia canis.
Este protozoário, para completar o seu ciclo de vida, necessita de um hospedeiro intermediário, designadamente uma carraça / carrapato fêmea.

A carraça alimenta-se de um animal infetado, ingerindo o protozoário, que passa para o aparelho reprodutor da carraça para se propagar nas gerações seguintes. As novas carraças transmitem então o protozoário a outros cães, propagando a infeção.

Quando entra no organismo de um novo animal, o Babesia canis instala-se na corrente sanguínea, mais concretamente nos glóbulos vermelhos, destruindo-os, o que provoca um grande nível de anemia.

Entre os sintomas destacam-se um cansaço anormal (sobretudo depois de exercício físico), febre, anorexia, urina escura (cor de café), icterícia e uma crescente falta de interação, quer com os donos como com outros animais. Pode ocorrer um aumento do tamanho do baço e quadros de insuficiência renal aguda.

A babesiose tem tratamento e cura, uma vez que existe medicação (babesicidas) capaz de matar o protozoário responsável. Para além do tratamento direto, podem ser necessários outros tratamentos para combater os problemas causados pelo microrganismo, como a anemia ou a insuficiência renal.

Sendo uma doença transmitida por carrapatos, a melhor forma de a prevenir é desparasitar os cães e o ambiente onde eles vivem.

Deve-se verificar regularmente a presença de carrapatos no cão (especial atenção nas orelhas, entre os dedos, em redor dos olhos, nuca e pescoço), utilizar produtos carrapaticidas sempre que necessário, desinfetar a casa e estar atento ao contacto com outros cães que possam ter carrapatos.

Doença de Lyme

A doença de Lyme, também conhecida como borreliose, é mais um dos problemas de saúde caninos com origem nos carrapatos.

A bactéria responsável por esta doença é a Borrelia burgdorferi, que é transmitida aos cães pela picada de um carrapato infetado. Além dos cães, também os cavalos, os bovinos e os seres humanos são suscetíveis de contrair esta doença. Os gatos parecem ser resistentes.

Quando a bactéria entra no organismo do animal, pode provocar uma série de complicações, incluindo infeções cerebrais. Geralmente os primeiros sintomas são a febre, vômitos, dores abdominais, inflamação nas articulações (artrites) e até letargia (animal demasiado parado e sonolento).

Tratando-se de uma infeção bacteriana, a doença de Lyme é geralmente tratada com antibióticos. A melhor forma de prevenir esta doença, é prevenir o contacto do animal com carrapatos. O cão deve ser desparasitado regularmente com produtos carrapaticidas e a casa onde vive também deve ser desinfetada.


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